Os fatores que dificultam a resolução de um problema segundo Dante (1995) são:
¨a linguagem usada na redação do problema;
¨o tamanho e a estrutura das frases;
¨o vocabulário matemático específico;
¨o “tamanho” e complexidade dos números;
¨a forma como se apresenta um problema;
¨a ordem em que as informações (dados e condições) são dadas;
¨o número de condições a serem satisfeitas e sua complexidade;
¨e por fim o número e complexidade de operações e estratégias envolvidas.
Polya (1986) diz que a resolução de um problema é na verdade um desafio e um pouco de descobrimento, uma vez que não existe um método rígido do qual o aluno possa sempre seguir para encontrar a solução de uma situação-problema.
Podemos fazer uma reescrita dos quatro passos de resolução de um problema segundo Polya:
1) Comprender o problema;
2) Estabelecimento do plano de resolução;
3) Execução do plano;
4) Retrospecto ou verificação.
Dante (1995) apresenta as características de um bom problema:
Ser desafiador para o alunoInfelizmente, a maioria dos problemas que são dados aos alunos são problemas-padrão, que não os desafiam. Os alunos devem ser colocados diante de problemas que os desafiem, que os motivem, que aumentem sua curiosidade em querer pensar neles e em procurar solucioná-los.
Ser real para o alunoProblemas com dados e perguntas artificiais desmotivam o aluno. Os dados de um problema precisam ser reais, quer nas informações nele contidas, quer nos valores numéricos apresentados.
Ser interessante para o alunoUm problema que interessa aos adultos pode não interessar às crianças (por exemplo, problemas de juro, descontos, prestações, preços de eletrodomésticos etc.). A motivação é um dos fatores mais importantes para o envolvimento do aluno com o problema. E essa motivação é interior e natural quando os dados e as perguntas do problema fazem parte do dia-a-dia do aluno (esportes, televisão, música popular etc).
Ser o elemento desconhecido de um problema realmente desconhecidoÉ interessante que o que se procura responder ao problema, o elemento desconhecido, seja algo que na realidade desconhecemos e queremos saber. Isso não ocorre, por exemplo, nos problemas envolvendo idades: “O dobro da idade de Pedro mais...”, pois, na realidade, a idade de qualquer pessoa já está determinada; para conhecê-la, basta perguntar a ela.
Não consistir na aplicação evidente e direta de uma ou mais operações aritméticasÉ importante que os problemas possam gerar muitos processo de pensamentos, levando muitas hipóteses e propiciando várias estratégias de solução. O pensar e o fazer criativo devem ser componentes fundamentais no processo de resolução de problemas.
Ter um nível adequado de dificuldadeO problema deve ser desafiado, mas possível de ser resolvido pelos alunos daquela série. Um nível de dificuldade muito além do razoável para uma determinada série pode levar os alunos a frustrações e desânimos irreversíveis, traumatizando-os não só em relação à resolução de problemas, mas também em relação à Matemática com um todo. E, às vezes, em relação a todas as atividades escolares.
•DANTE, Luiz Roberto. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. 7.ed..São Paulo: Ed. Série Educação, 1995